quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Pelos vistos, sou uma mamã menos boazinha...

Meia volta, o tema da amamentação aparece em força por aí, seja em artigos de opinião ou em diversos baby blogs. Na secção Life & Style do Público, foi publicado ontem mais um (excepcional) artigo (de opinião) sobre este tema , rapidamente partilhado e divulgado em blogs e redes sociais e, consequentemente, voltou a ficar acesa a discussão virtual do tema.

Não sei se estará relacionado ou não, mas fui amamentada com leite materno durante cerca de 2 meses e amamentei a minha filha por mês e meio, sensivelmente. Em ambos os casos, não foi por decisão das mães, mas porque os nossos organismos assim o ditaram. Nas palavras da autora do artigo, e tal como ela, estou "num meio-termo, não sou boa nem má, fico ali em purgatório matriarcal até decidirem que juízo dar a esta média [do tempo durante o qual se amamenta]. Contas feitas, quem amamenta seis meses é uma boa mamã, quem amamenta dois meses é uma mamã menos boazinha. As que ultrapassam os seis meses são profissionais e as que ultrapassam um ano são (...) são as mamãs prodígio".

Fiz o que tive ao meu alcance para continuar a amamentar, ainda que enquanto consegui, foi tudo menos um processo agradável, enriquecedor e enternecedor. Inclusivamente, recorri à ajuda preciosa da SOS Amamentação. É a (minha) verdade. Ainda assim, pese embora as dores que sentia (apesar de todos os cuidados que tinha), tentei, e tentei, e tentei e voltei a tentar... até que conscientemente decidimos (pais) que não era benéfico continuar.

Sinto-me pior mãe ou 'menos mãe'? Não!

Deixei de ter vínculo com a minha filha? Não!

Deixei de ter um 'momento único, só das duas, irrepetível e sem comparação' (como tantas vezes se ouve) com a minha filha? Nao!

A minha filha é um poço de doenças? Não!

A minha filha sofreu horrores com as cólicas apenas e só devido ao leite materno? Não! (aliás, teve-as ainda enquanto bebia leite materno e terminaram pouco depois de iniciar leite artificial, mas simplesmente não associo uma situação a outra)

Se a minha filha teve/tem uma alimentação descompensada nutricionalmente por ter sido alimentada a leite artifical? Não!

Devo esclarecer que não sou contra ou a favor do acto de amamentar. Sou sim a favor da possibilidade e liberdade de escolha. Por isso, não entendo nem concordo com fundamentalismos...
Cada um sabe de si (e dos seus), como em tantas outras coisas da vida.


Sem comentários:

Enviar um comentário